segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Dissertação - O calibre do perigo

                A criminalidade sobe a cada dia no Brasil. Mas o que parece não acompanhar esse ritmo, é a idade dos marginais. Cada vez mais jovens, eles tiram a vida de inocentes a mando de outras pessoas, ou simplesmente pelo sádico e revoltante prazer de puxar um gatilho. E, quando a Polícia faz o nobre trabalho de prender um criminoso, descobre-se que é um menor de idade – e não pode ser preso, somente apreendido. Se adolescentes de 16 anos já podem escolher seus representantes no campo político, eles já possuem consciência de seus atos. Então, reduzindo a maioridade penal, punir será a solução?
                Não exatamente. De acordo com a Lei nº 8.069/1990, os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ou seja, não serão penalizados. Apenas serão encaminhados para a atual Fundação CASA, a antiga FEBEM. Lá, o infrator é “corrigido”, e retorna à sociedade. “O sistema carcerário brasileiro é extremamente caro, para tornar as pessoas piores". Essa frase é dita no filme Tropa de Elite 2, que, infelizmente, retrata o cenário do Brasil nesse campo. Então, reduzir a maioridade penal fará um efeito catastrófico, fazendo com que os criminosos aliciem até crianças.
                Claro que sim. “Bandido bom é bandido morto”, um dos mais conhecidos chavões quando o assunto é criminalidade. Não importa a idade, merece ser punido. Se um cara de 16 anos já pode escolher alguém para o governo, ele tem a capacidade de responder por um crime. Qualquer caso, seja um estupro num ônibus carioca ou assalto à mão armada, envolvendo menores, ganha outra conotação. Países desenvolvidos já possuem a maioridade penal reduzida. Um exemplo é os Estados Unidos, onde um garoto de 10 anos pode responder da mesma maneira que um assassino de 35 anos.
                Nem tudo é tão fácil quanto parece. Para tornar a redução da maioridade penal uma realidade, é preciso, primeiramente, o conhecimento de todos sobre tal fato. É claro que, por ser um assunto um pouco delicado, causará divisão de opiniões. Depois, longos processos e a burocracia farão com que tal projeto fique esquecido, e posteriormente arquivado. Então, por ser um tópico delicado, é necessário uma série de debates, e também cabe a cada um decidir o que fará a sociedade melhor, pensando na coletividade. “Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo, sem saber o calibre do perigo”.

NOTA OBTIDA: 9/10

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