Prêmio: câmera digital Sony
Voto valioso, valioso voto
Quando se fala sobre política, logo surge
na mente a imagem da Grécia, bem como seus filósofos. Na aparição do tema
voto, os objetos de pensamento sofrem leve reiteração. Expressões, como
"voto de Minerva" − episódio ocorrido no julgamento de Orestes e
Minerva (leia-se Palas Atena), desempata o júri, inocentando o réu −e o
"voto cabresto", no qual há abuso de autoridade, compra de voto e
utilização da máquina pública. Não se pode esquecer do "voto
censitário", quando apenas cidadãos com posses consideráveis podem
votar. Diante do exposto, vale a reflexão: qual a importância do voto?
Na alvorada das considerações, o voto é um
instrumento de significância para a democracia. Em dicionários, lê-se
"promessa solene, juramento, modo de manifestar a vontade ou opinião
num ato eleitoral ou numa assembléia". Com esta acepção, nota-se o quão
importante o voto é, e as dimensões que toma. No entanto, a cada dois anos, geralmente
em outubro, esse conceito cai no esquecimento dos candidatos e dos eleitores, tornando
tal ferramenta uma válvula de escape para ausência de opção. Segundo o
jornalista Ricardo Boechat, "o poder do voto no Brasil perdeu sua
capacidade transformadora".
Pode-se fazer um paralelo do voto cabresto
com o voto de hoje. Naquela época, esse esquema era característico do
coronelismo, curral eleitoral e compra de votos, práticas que remanescem
até os dias atuais, no nordeste, por exemplo. Personagem ficcional do
filme "Tropa de Elite 2", o Tenente-Coronel Roberto Nascimento
afirma: "No Brasil eleição é negócio, e o voto, é a mercadoria mais
valiosa da favela". Denota-se uma troca de favores e de "respeitos";
o candidato se corrompe ao vender o voto, o cidadão também é corrupto ao comprá-lo.
É triste, mas dependendo da situação, o indivíduo não possui escolha.
O voto apresenta várias divisões,
denominação e significados. No entanto, possui apenas uma importância
principal, a busca pela renovação (mesmo que defasada). Há uma ideia,
muito difundida, de que "o voto é um exercício de cidadania". É
verdade. Porém, muitas vezes, as pessoas, com o voto, são semelhantes ao
Cidadão Kane: não possuem muita noção do poder que elas têm, da capacidade
de mudar a imagem do município/estado/país em poucos segundos, num sistema
− ainda que em xeque − que é o mais avançado do mundo. Mas é uma pena. É
uma pena que, constantemente, nos equivocamos em relação à importância do
voto.
Redação original aqui
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