Redação premiada em 2013

Prêmio: câmera digital Sony

Voto valioso, valioso voto 

Quando se fala sobre política, logo surge na mente a imagem da Grécia, bem como seus filósofos. Na aparição do tema voto, os objetos de pensamento sofrem leve reiteração. Expressões, como "voto de Minerva" − episódio ocorrido no julgamento de Orestes e Minerva (leia-se Palas Atena), desempata o júri, inocentando o réu −e o "voto cabresto", no qual há abuso de autoridade, compra de voto e utilização da máquina pública. Não se pode esquecer do "voto censitário", quando apenas cidadãos com posses consideráveis podem votar. Diante do exposto, vale a reflexão: qual a importância do voto? 
Na alvorada das considerações, o voto é um instrumento de significância para a democracia. Em dicionários, lê-se "promessa solene, juramento, modo de manifestar a vontade ou opinião num ato eleitoral ou numa assembléia". Com esta acepção, nota-se o quão importante o voto é, e as dimensões que toma. No entanto, a cada dois anos, geralmente em outubro, esse conceito cai no esquecimento dos candidatos e dos eleitores, tornando tal ferramenta uma válvula de escape para ausência de opção. Segundo o jornalista Ricardo Boechat, "o poder do voto no Brasil perdeu sua capacidade transformadora". 
Pode-se fazer um paralelo do voto cabresto com o voto de hoje. Naquela época, esse esquema era característico do coronelismo, curral eleitoral e compra de votos, práticas que remanescem até os dias atuais, no nordeste, por exemplo. Personagem ficcional do filme "Tropa de Elite 2", o Tenente-Coronel Roberto Nascimento afirma: "No Brasil eleição é negócio, e o voto, é a mercadoria mais valiosa da favela". Denota-se uma troca de favores e de "respeitos"; o candidato se corrompe ao vender o voto, o cidadão também é corrupto ao comprá-lo. É triste, mas dependendo da situação, o indivíduo não possui escolha. 
O voto apresenta várias divisões, denominação e significados. No entanto, possui apenas uma importância principal, a busca pela renovação (mesmo que defasada). Há uma ideia, muito difundida, de que "o voto é um exercício de cidadania". É verdade. Porém, muitas vezes, as pessoas, com o voto, são semelhantes ao Cidadão Kane: não possuem muita noção do poder que elas têm, da capacidade de mudar a imagem do município/estado/país em poucos segundos, num sistema − ainda que em xeque − que é o mais avançado do mundo. Mas é uma pena. É uma pena que, constantemente, nos equivocamos em relação à importância do voto.

Redação original aqui

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