terça-feira, 22 de abril de 2014

Dissertação - Vale (quase) tudo

                “Só não vale dançar homem com homem, nem mulher com mulher – o resto vale”. Já dizia o cantor Tim Maia no ano de 1992. Implicitamente, a canção aborda o tema da homossexualidade, algo que vinha surgindo nos anos 80 e 90. Homofobia por parte do artista? Quem sabe. Vale lembrar que outros expoentes da música eram homossexuais, como o brasileiro Cazuza e Freddie Mercury, falecidos em 1990 e 1991, respectivamente. Não importava a opção sexual; todos os três fizeram sucesso naquela época. Mas como é o homossexualismo na sociedade pós-contemporânea?
                A religião já toma parte nessa história. Os Pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano lideram quando o assunto é “declaração polêmica”. Malafaia afirmou, em entrevista a Marília Gabriela, no SBT, que “ninguém nasce homossexual, ele que opta ser” e que “ama os homossexuais, assim como ama os bandidos”. Feliciano também causa polêmica com o projeto de “cura gay”. Aqui, depreende-se que ambos não são contra a pessoa do homossexual, mas contra a postura, a ideologia homo afetiva. Todos os heterossexuais têm um pingo de homofobia. Quem nunca quis dar um peteleco num cara mais “delicado”?
                A sociedade enxerga as relações de gays e lésbicas como algo banal, por causa das telenovelas e seu controle de massa, manipulando a mente de cada cidadão. Hoje, ser gay é tão normal e tão “modinha”, que tornou-se algo meio glamuroso. Até o exército dos Estados Unidos está aceitando a diversidade. Claro que muitos torceram o nariz, pois a defesa da pátria é algo que exige certa hombridade por parte dos militares. Na política brasileira, temos o deputado Jean Wyllis, que é um dos mais atuantes do plenário.
                Variações existirão sempre, seja ela de raça, cor, credo ou filosofia, é preciso aceitar cada uma delas. No entanto, há vezes em que não se aceitam certas atitudes ou posturas, o que pode incomodar algumas pessoas. Não que elas devam ignorar o que acontece ao seu redor, mas se aquilo, ou aquela pessoa faz o indivíduo feliz, deixe-o viver em paz. É desnecessário quebrar uma lâmpada fluorescente na cabeça de um homossexual. Isso não te torna mais homem. Há um dito popular, que “todo homofóbico é um gay enrustido e que tem medo de assumir”. Vai saber... ui! “Cruzesss!”

NOTA OBTIDA: 9,4/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 12/06/2013

ATENÇÃO!
Algumas informações contidas na produção textual necessitam de atualização e remoção. Portanto, antes de qualquer coisa, releve a data de primeira escrita.

Att,

Murilo

terça-feira, 15 de abril de 2014

Narrativa - Naufrágio do Rangathira

                Estamos a cerca de 5 quilômetros da costa da Polônia, no Mar Báltico. Falta pouco para chegar ao porto e terminar a viagem, que começara na Noruega. Noto que algo não está correto com nosso navio, um pequeno cargueiro chamado Rangathira. A luz da pressão do óleo havia acendido; os motores reduzem, e ocorre uma pequena explosão na casa de máquinas. Nos encontramos à deriva.
                Além de mim, o capitão, onze passageiros viajam comigo; Joe, um garoto de 8 anos, seu pai, Robert, William Szrëg, um senador (que foi a negócios – um tanto ilegais), Carlo, um sacerdote italiano, Sargento Sampson, veterano da Guerra do Golfo e paraplégico (colidiu um jipe durante uma perseguição), Tina, prostituta marroquina, Doutor Jenkins, pesquisador do LHC, Burt, soldador da FN de Herstal, Arnold, estudante, Margaret, uma senhora de 70 anos, e Burti, professor de mecânica.
                Tudo corria bem, quando um arpão, disparado por pescadores de um baleeiro, atinge o casco do Rangathira. O sistema de óleo fica comprometido, percebo que a pressão cai e os motores param de funcionar. A tripulação do baleeiro corta a corda do arpão, e nega qualquer tipo de ajuda. Mesmo que o rombo no casco fosse pequeno, o cargueiro começa a afundar. E so há um bote salva-vidas, com capacidade para sete pessoas. Reporto os acontecimentos.
                O pânico é estabelecido. Peço ordem e digo que decidirei quem salvar. Joe é o primeiro, pois ele ainda tem muito a viver; seu pai irá junto, para fornecer toso o suporte e amor de pai necessários. Carlo também embarca, para que possa orar pelas almas que partirão a seguir, e para que Deus consiga mandar resgate. O Doutor Jenkins também vai – mesmo que, para um paradoxo, um membro da religião e da ciência estejam juntos – pois ele precisa terminar suas pesquisas.
                Sargento Sampson também irá com eles, para contar como escapou da morte novamente. Burti será salvo, como representação da inteligência e sustentáculo da sociedade moderna. Altruisticamente, considerei  salvar mais uma pessoa. No entanto, meu ego falou mais alto, e entrei no bote. O Rangathira começara a ficar pouco visível. Pensei mais: o senador é um fardo para a sociedade, por ser corrupto, e a prostituta simboliza o pecado.
                Arnold pode ser substituído por Joe, e Robert toma o emprego de Burt. E Margaret iria morrer de qualquer forma. Não fiquei com peso na consciência, mas estou certo de que sairemos logo desse frio do Mar Báltico. Obrigado, Carlo! Um helicóptero militar acaba de nos encontrar aqui, e um socorrista está descendo agora.

NOTA OBTIDA: 10/10

REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 15/05/2013.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Artigo de opinião - Ars et Scientia

                Universidade Federal de Santa Catarina. Instituição fundada em 1962 por José Arthur Boiteux. Localiza-se no bairro da Trindade, o mesmo das academias da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, em Florianópolis. Conta com 25.737 estudantes de graduação, distribuídos nos mais variados cursos e cidades do estado. Recentemente, ações das polícias Federal e Militar resultaram na destruição de carros dos órgãos, ocupação da Reitoria e duelo de ideologias. Afinal, qual a reflexão que pode ser feita sobre o assunto?
                De início, as investigações foram iniciadas a pedido da reitora, sendo que haviam denúncias sobre tráfico de drogas dentro do Campus. O resultado foi a prisão em flagrante de um acadêmico portando maconha, o que desencadeou revolta. Viaturas foram tombadas, confrontos foram iniciados, a tropa de choque foi chamada e a reitoria ocupada, e o ápice foi uma “fumada geral” dentro do prédio. A polícia agiu de forma correta? Os estudantes tinham algum tipo de razão?
                Além disso, o pavilhão nacional fora substituído por uma bandeira vermelha, cor que simboliza o partido que governa nosso país, mas também nos lembra o socialismo, doutrina que mostrou-se falha com o colapso soviético em 1991. Dias depois, outros estudantes, que possuem uma visão lúcida sobre essas ideias, conseguiram substituir a flâmula avermelhada pela bandeira do Brasil, realizando tal operação com o canto do Hino Nacional. Logo, uma bem humorada e crítica ação começou; todos começaram a dizer “quem não pula é comunista”.
                Em minha opinião, a ação da Polícia Militar catarinense merece ser aplaudida, e a Polícia Federal também tem meus cumprimentos. Agiram com a finalidade de repreender os baderneiros, traficantes e oportunistas adjacentes. A UFSC já tem fama de ser uma conflitante do sistema, como ocorreu em novembro de 1979, a conhecida Novembrada. O General de Exército João Baptista de Oliveira Figueiredo foi recebido com uma chuva de tomates e xingamentos. Em tom irônico, respondeu: “Minha mãe não está em pauta”.
                Professores e os próprios acadêmicos também não aguentam mais a situação. Presenciam alunos chegando claramente drogados nas aulas, e vendo seus amigos tomarem um caminho sem volta. Um desabafo de uma professora chamou atenção e tocou profundamente, quando expõe que “famílias mandam o dinheiro de uma lavoura inteira para sustentar o filho que mora e estuda na capital”. É assim que você honra o suor de seus pais? É assim que honra o seu mérito, de ter estudado para passar no vestibular mais concorrido de Santa Catarina?
                Precisa-se levar em conta que não são todos os acadêmicos envolvidos no escândalo. Muita gente séria está na Federal visando seu futuro e o bem do próximo. Não obstante, é palco para filosofia sobre a sociedade e seus modos de produção e governo. Então, é preciso que cada um analise de forma crítica cada ideia, bem como seus pontos positivos e negativos. E vale aproveitar que opinião, por enquanto, é algo gratuito. Anthony Weston disse uma vez que “Não é errado ter opiniões firmes. Errado é não ter nada além delas”.

REDAÇÃO NÃO AVALIADA

Dissertação - Erro de pesquisa

                Depois de um erro grosseiro, retratação e contestação às críticas recebidas por causa da pesquisa, o Ipea corrigiu os dados de um estudo divulgado nas semana passada. Com 3.810 respostas, na verdade, a maioria discorda que “mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas”. No entanto, vale lembrar que o Brasil é composto por 200 milhões de habitantes, e em muitos casos, um grupo tão seleto não representa a opinião da maioria. Além disso, há uma questão ética, moral e psicológica em relação a esse assunto. Diante do exposto, o estupro é fruto da provocação da vítima ou problema mental do autor?
                Convenhamos, há mulheres que saem pelas ruas “embaladas à vácuo”, com boa parte do corpo em exposição. E alguns homens, não se sabe por que motivos, podem tanto querer afirmar sua masculinidade, provar algo ou simplesmente não concatenar ideias. Aliem uma pessoa que provoca, e mais alguém sedento por satisfação, temos o crime do Artigo 213 do Código Penal, passível de seis a dez anos de reclusão, com agravantes. E com isso, entra uma questão moral: por quais razões uma mulher, que tem toda a sua elegância e beleza, não comporta-se mais ao sair pelas ruas, vestindo-se adequadamente?
                Não é um pensamento machista, mas apenas uma questão de conveniência. Cada ocasião requer uma vestimenta adequada. E também cada forma requer devida atenção, seja magra ou encorpada. Às vezes, aquela que se veste de uma maneira simples acaba sendo mais bela que aquela outra que está maquiada, com salto e vestido curto. É um tema que abre um leque de possibilidades e certa fuga, mas é preciso que isso seja levado em conta na hora de avaliar alguns casos. E se o problema é do homem, como em maior parte dos casos, a castração química seria uma excelente ideia. A física seria o ideal, mas “vai contra os direitos humanos”.
                É um tópico deveras polêmico, ganhando tamanha repercussão após os dados da pesquisa. Famosos aderiram à campanha, muitos se contradizendo – cantoras de funk, gênero que mais degrada a mulher, nuas e com cartazes de “não mereço ser estuprada”. Por isso, cabe a cada um formular sua opinião, levando em conta os valores éticos, morais, sociais e psicológicos. Não que as mulheres devam andar de burca pelas ruas, mas tomar cuidado com outros seres que não têm condições de conter a sua libido. E deve-se ter cautela com pesquisas. Elas não representam uma opinião formada, e podem ter falhas.

REDAÇÃO NÃO AVALIADA