Estamos
a cerca de 5 quilômetros da costa da Polônia, no Mar Báltico. Falta pouco para
chegar ao porto e terminar a viagem, que começara na Noruega. Noto que algo não
está correto com nosso navio, um pequeno cargueiro chamado Rangathira. A luz da
pressão do óleo havia acendido; os motores reduzem, e ocorre uma pequena
explosão na casa de máquinas. Nos encontramos à deriva.
Além de
mim, o capitão, onze passageiros viajam comigo; Joe, um garoto de 8 anos, seu
pai, Robert, William Szrëg, um senador (que foi a negócios – um tanto ilegais),
Carlo, um sacerdote italiano, Sargento Sampson, veterano da Guerra do Golfo e
paraplégico (colidiu um jipe durante uma perseguição), Tina, prostituta
marroquina, Doutor Jenkins, pesquisador do LHC, Burt, soldador da FN de
Herstal, Arnold, estudante, Margaret, uma senhora de 70 anos, e Burti,
professor de mecânica.
Tudo
corria bem, quando um arpão, disparado por pescadores de um baleeiro, atinge o
casco do Rangathira. O sistema de óleo fica comprometido, percebo que a pressão
cai e os motores param de funcionar. A tripulação do baleeiro corta a corda do
arpão, e nega qualquer tipo de ajuda. Mesmo que o rombo no casco fosse pequeno,
o cargueiro começa a afundar. E so há um bote salva-vidas, com capacidade para
sete pessoas. Reporto os acontecimentos.
O
pânico é estabelecido. Peço ordem e digo que decidirei quem salvar. Joe é o
primeiro, pois ele ainda tem muito a viver; seu pai irá junto, para fornecer
toso o suporte e amor de pai necessários. Carlo também embarca, para que possa
orar pelas almas que partirão a seguir, e para que Deus consiga mandar resgate.
O Doutor Jenkins também vai – mesmo que, para um paradoxo, um membro da
religião e da ciência estejam juntos – pois ele precisa terminar suas
pesquisas.
Sargento
Sampson também irá com eles, para contar como escapou da morte novamente. Burti
será salvo, como representação da inteligência e sustentáculo da sociedade
moderna. Altruisticamente, considerei
salvar mais uma pessoa. No entanto, meu ego falou mais alto, e entrei no
bote. O Rangathira começara a ficar pouco visível. Pensei mais: o senador é um
fardo para a sociedade, por ser corrupto, e a prostituta simboliza o pecado.
Arnold
pode ser substituído por Joe, e Robert toma o emprego de Burt. E Margaret iria
morrer de qualquer forma. Não fiquei com peso na consciência, mas estou certo
de que sairemos logo desse frio do Mar Báltico. Obrigado, Carlo! Um helicóptero
militar acaba de nos encontrar aqui, e um socorrista está descendo agora.
NOTA OBTIDA: 10/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 15/05/2013.
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