terça-feira, 15 de abril de 2014

Narrativa - Naufrágio do Rangathira

                Estamos a cerca de 5 quilômetros da costa da Polônia, no Mar Báltico. Falta pouco para chegar ao porto e terminar a viagem, que começara na Noruega. Noto que algo não está correto com nosso navio, um pequeno cargueiro chamado Rangathira. A luz da pressão do óleo havia acendido; os motores reduzem, e ocorre uma pequena explosão na casa de máquinas. Nos encontramos à deriva.
                Além de mim, o capitão, onze passageiros viajam comigo; Joe, um garoto de 8 anos, seu pai, Robert, William Szrëg, um senador (que foi a negócios – um tanto ilegais), Carlo, um sacerdote italiano, Sargento Sampson, veterano da Guerra do Golfo e paraplégico (colidiu um jipe durante uma perseguição), Tina, prostituta marroquina, Doutor Jenkins, pesquisador do LHC, Burt, soldador da FN de Herstal, Arnold, estudante, Margaret, uma senhora de 70 anos, e Burti, professor de mecânica.
                Tudo corria bem, quando um arpão, disparado por pescadores de um baleeiro, atinge o casco do Rangathira. O sistema de óleo fica comprometido, percebo que a pressão cai e os motores param de funcionar. A tripulação do baleeiro corta a corda do arpão, e nega qualquer tipo de ajuda. Mesmo que o rombo no casco fosse pequeno, o cargueiro começa a afundar. E so há um bote salva-vidas, com capacidade para sete pessoas. Reporto os acontecimentos.
                O pânico é estabelecido. Peço ordem e digo que decidirei quem salvar. Joe é o primeiro, pois ele ainda tem muito a viver; seu pai irá junto, para fornecer toso o suporte e amor de pai necessários. Carlo também embarca, para que possa orar pelas almas que partirão a seguir, e para que Deus consiga mandar resgate. O Doutor Jenkins também vai – mesmo que, para um paradoxo, um membro da religião e da ciência estejam juntos – pois ele precisa terminar suas pesquisas.
                Sargento Sampson também irá com eles, para contar como escapou da morte novamente. Burti será salvo, como representação da inteligência e sustentáculo da sociedade moderna. Altruisticamente, considerei  salvar mais uma pessoa. No entanto, meu ego falou mais alto, e entrei no bote. O Rangathira começara a ficar pouco visível. Pensei mais: o senador é um fardo para a sociedade, por ser corrupto, e a prostituta simboliza o pecado.
                Arnold pode ser substituído por Joe, e Robert toma o emprego de Burt. E Margaret iria morrer de qualquer forma. Não fiquei com peso na consciência, mas estou certo de que sairemos logo desse frio do Mar Báltico. Obrigado, Carlo! Um helicóptero militar acaba de nos encontrar aqui, e um socorrista está descendo agora.

NOTA OBTIDA: 10/10

REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 15/05/2013.

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