terça-feira, 8 de abril de 2014

Artigo de opinião - Ars et Scientia

                Universidade Federal de Santa Catarina. Instituição fundada em 1962 por José Arthur Boiteux. Localiza-se no bairro da Trindade, o mesmo das academias da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, em Florianópolis. Conta com 25.737 estudantes de graduação, distribuídos nos mais variados cursos e cidades do estado. Recentemente, ações das polícias Federal e Militar resultaram na destruição de carros dos órgãos, ocupação da Reitoria e duelo de ideologias. Afinal, qual a reflexão que pode ser feita sobre o assunto?
                De início, as investigações foram iniciadas a pedido da reitora, sendo que haviam denúncias sobre tráfico de drogas dentro do Campus. O resultado foi a prisão em flagrante de um acadêmico portando maconha, o que desencadeou revolta. Viaturas foram tombadas, confrontos foram iniciados, a tropa de choque foi chamada e a reitoria ocupada, e o ápice foi uma “fumada geral” dentro do prédio. A polícia agiu de forma correta? Os estudantes tinham algum tipo de razão?
                Além disso, o pavilhão nacional fora substituído por uma bandeira vermelha, cor que simboliza o partido que governa nosso país, mas também nos lembra o socialismo, doutrina que mostrou-se falha com o colapso soviético em 1991. Dias depois, outros estudantes, que possuem uma visão lúcida sobre essas ideias, conseguiram substituir a flâmula avermelhada pela bandeira do Brasil, realizando tal operação com o canto do Hino Nacional. Logo, uma bem humorada e crítica ação começou; todos começaram a dizer “quem não pula é comunista”.
                Em minha opinião, a ação da Polícia Militar catarinense merece ser aplaudida, e a Polícia Federal também tem meus cumprimentos. Agiram com a finalidade de repreender os baderneiros, traficantes e oportunistas adjacentes. A UFSC já tem fama de ser uma conflitante do sistema, como ocorreu em novembro de 1979, a conhecida Novembrada. O General de Exército João Baptista de Oliveira Figueiredo foi recebido com uma chuva de tomates e xingamentos. Em tom irônico, respondeu: “Minha mãe não está em pauta”.
                Professores e os próprios acadêmicos também não aguentam mais a situação. Presenciam alunos chegando claramente drogados nas aulas, e vendo seus amigos tomarem um caminho sem volta. Um desabafo de uma professora chamou atenção e tocou profundamente, quando expõe que “famílias mandam o dinheiro de uma lavoura inteira para sustentar o filho que mora e estuda na capital”. É assim que você honra o suor de seus pais? É assim que honra o seu mérito, de ter estudado para passar no vestibular mais concorrido de Santa Catarina?
                Precisa-se levar em conta que não são todos os acadêmicos envolvidos no escândalo. Muita gente séria está na Federal visando seu futuro e o bem do próximo. Não obstante, é palco para filosofia sobre a sociedade e seus modos de produção e governo. Então, é preciso que cada um analise de forma crítica cada ideia, bem como seus pontos positivos e negativos. E vale aproveitar que opinião, por enquanto, é algo gratuito. Anthony Weston disse uma vez que “Não é errado ter opiniões firmes. Errado é não ter nada além delas”.

REDAÇÃO NÃO AVALIADA

2 comentários:

  1. O uso de drogas por alguns estudantes da UFSC suja a imagem da Universidade e de outros alunos. É lamentável que não se tenha uma solução concreta para o acontecimento... Realmente, a Polícia esteve certa em suas ações.

    Obrigada novamente!

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