É tão
engraçado ver como algumas pessoas conseguem estragar um ritmo musical que era
considerado tão bom, com letras sem sentido, vulgarizando mulheres, cultuando a
contravenção e o crime e idolatrando bandidos, além da ideia ridícula de
“ostentação”. Esse é o atual cenário do funk no Brasil, o que faria James
Brown, um dos pais do gênero, se revirar no túmulo. Quando tais palavras saem
da boca de um adulto com pouco grau de instrução, é duro dizer que pode ser
compreensível. E vindo de um menino de 12 anos? Pedro Maia Tempester, conhecido
pela alcunha de MC Pedrinho, é um desses. Mas como sua infância pode ser
perdida?
Nascido
em 3 de maio de 2002, o MC começou sua carreira “artística” em meados de 2014,
e ganhou notoriedade após uma sóbria decisão da Vara da Infância e Juventude da
Comarca de Fortaleza/CE, após pedido do Ministério Público, que cancelou um
show que seria realizado no município. As letras, que contém forte apelo sexual
e apresentam a ostentação, foram consideradas inadequadas e vulgares, de acordo
com o parecer do promotor Luciano Tonet. O problema não foi a promoção
ministerial, muito pelo contrário; foi a cegueira por parte dos pais, que
apoiam o menor a qualquer custo, sempre em defesa de seus interesses. Oras, que
cultura é esta que está sendo criada?
A
infância das crianças está sendo perdida por causa de redomas criadas que
servem apenas para o aumento do descontrole dos infantes, que passam a agir
como se pudessem tudo, como se não houvesse punição e muito menos amanhã. E
convictos de que alguém vai o aplaudir e legitimar. A autêntica criação de um
delinquente. No caso de Pedro Maia, o caráter sexual de suas músicas mostra
claramente o ato de superestimar uma coisa que é, digamos, natural, que
acontece uma hora ou outra na vida de um indivíduo. E algo que é parte da
profissão mais antiga da humanidade.
Com o
advento de “leis da palmada”, campos de correção de filhos, entre outros
acontecimentos, isso mostra cada vez mais o despreparo por parte dos pais em
criar uma criança. Deixam que o menor faça o que, como e quando quiser,
alimentando um futuro de ingratidão e desobediência, além de um viés criminal,
em certos casos. A tenência na vida de muitos pais e filhos é o que mais falta
atualmente. E é preciso, urgentemente, de alguém apto para dar aquele “tapa na
cara” e dizer “isso tá errado”. A lucidez é mais que necessária nesse âmbito.
Será mesmo que as crianças são o futuro do país?
REDAÇÃO NÃO AVALIADA