terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Dissertação - Charutos e médicos cubanos para o Brasil

                Brasil e a ilha caribenha dos irmãos Castro. Sempre houve uma relação entre os dois países. De cara, a entrega de uma medalha a Ernesto Che Guevara, ato realizado por Jânio Quadros em agosto de 1961. Os anos passaram, veio a Ditadura Militar, a redemocratização e a escalada do PT ao poder. E, quando o partido chegou a Brasília, Cuba parecia próxima. E isso continua até hoje. A ilha socialista sempre foi referência quando o assunto é Medicina, afinal, a preparação dos profissionais é excelente, sendo o governo cubano o principal “mecenas”, enquanto que os médicos tupiniquins não correspondem bem ao ensino e ao serviço. Então, cogitou-se uma ação, mas a importação de médicos é a solução para o problema da saúde pública no Brasil?
                Sim. A escassez de profissionais no país pede tal medida. Por um espaço de tempo, solucionará o problema, desde que os centros de ensino também correspondam. Aliás, com a experiência que possuem, os cubanos cometerão menos erros, e crê-se que não se preocuparão com o salário (partindo do princípio de que, numa sociedade socialista, todos possuam o mesmo salário). São profissionais competentes, que realmente amam o seu trabalho, não importa onde seja. Têm o compromisso de servir e salvar vidas, além de cuidar da saúde humana. Pelo menos, dessa maneira, o problema da saúde pública brasileira pode ser anestesiado.
                Não. O Brasil tem a mania de compensar os problemas pensando sempre no imediatismo e no curto prazo, mais perceptível para as eleições, obviamente. E outra, não vivem pedindo para valorizar o país, porque é preciso ser patriota/nacionalista para empurrar a pátria para frente? Então, por que diabos estão “pedindo arrego” para os estrangeiros? Não somos bons o suficiente? Bom, crê-se que a resposta está no início deste parágrafo. Não são todos, mas os médicos brasileiros atuam por puro status ou interesse, ou também para a manutenção de nomes de famílias. Esse é um dos motivos para a crise na saúde pública.
                São raras as histórias que possuem apenas um – e bem pontual – lado. Esta é um exemplo de ambiguidade nos pontos de vista, pode ser tanto excelente quanto ridícula. Infelizmente, pede para o lado bom. Mas por quê? Se o Brasil pudesse formar médicos com mais amor à camisa, sem interesses e mais competência, e se atingisse as metas propostas, e são dois grandes “se”, não seria necessário chamar nossos amigos cubanos. Mas é preciso. Para toda situação, há uma válvula de escape. E essa foi a encontrada. E sinceramente, antes isso do que nada. Antes isso do que mais gente morrendo nas filas do SUS.

NOTA OBTIDA: 8/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 16/10/2013

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Parcerias


Hoje iniciei duas parcerias fundamentais para o crescimento do FsF.

A primeira com o Crônicas, redigidas por um amigo meu, Pedro.
A segunda, com o De tudo um pouco, que tem uma equipe maior, e que meu amigo Pedro também faz parte.

Ambos possuem postagens periódicas.
Vale a pena conferir.

Antes que eu me esqueça, nas terças-feiras serão publicados os textos diversos, na aba principal
Nas sextas-feiras, a história do Soldado Marques continua, sendo um capítulo por semana.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Dissertação - Exploda seu televisor

                Brigas, discussões, degradação social. Choro, reencontro, famílias perdidas. Esses são alguns dos temas abordados em alguns programas de televisão, cujo objetivo seria de comover as pessoas (como o caso de programas do SBT e Record) , ou somente preencher uma grade de programação e manter algo com (muita) audiência. Nesta situação, poucos são os programas de televisão que contribuem para elevar o nível intelectual dos telespectadores. Será que é esta a realidade? A saudosa TV está tão ruim assim?
                De um ponto de vista, sim. A Rede Globo de Televisão, há mais de dez anos, colocou no ar a primeira edição do reality show Big Brother Brasil, que reunia pouco mais de doze participantes, que ficaram confinados numa casa, a fim de simpatizar o público. Ao final, o vencedor levava R$ 500 mil. O programa foi apresentado por Pedro Bial, conceituado jornalista, responsável pelas transmissões da Queda do Muro de Berlim (1989), e pela Dissolução da União Soviética, em 1991. Uma surpresa para todos, pois Bial tinha uma imagem séria demais para um programa tão “descolado” como o BBB. Hoje, o programa tornou-se sinônimo de brigas, discussões, baixaria e degradação social. Além disso, Pedro Bial não “perde” mais seu tempo estudando as razões para a fome na África, muito menos cobrindo grandes acontecimentos, como a queda de Bin Laden; ele dedica o tempo para estudar a vida de cada um dos “heróis” O verdadeiro herói é aquele que trabalha duro para sustentar a família e dorme com medo de bala perdida, não um bando de bem-sucedidos em busca de dinheiro, namoradas ou capa de revista masculina.
                E do outro ponto de vista, também sim. A emissora de Silvio Santos, o popular SBT, coloca no ar programas cujos temas são as famílias perdidas, o choro, o reencontro. Carlos Massa, conhecido como Ratinho, apresentador do programa que leva seu nome, tem como objetivo explorar estas eventualidades já apresentadas, além da ridicularização das pessoas que esperam seus 15 segundos (isso mesmo, não minutos, porque tempo é dinheiro) de fama. Cristina Rocha apresenta um programa que junta tudo isso, o Casos de Família. O programa mostra famílias desmanteladas, brigas constantes entre irmãos, pessoas escandalosas (que fazem de tudo – mesmo – para aparecer) e os “pobres desclassificados”, que têm o simples objetivo de gritar, apontar dedos e falar rápido e cuspindo-se. O puro “colocar lenha na fogueira”. Após toda a confusão, de repente, anos de discórdia e rancor transformam-se em longos abraços e lágrimas, além de um sermão da apresentadora. Uma pura palhaçada.
                Uma simples solução – além de eficiente – seria não assistir a esse lixo todo. No entanto, como o brasileiro é alienado e fofoqueiro, coloca nesses canais para ver esses programas, que, mesmo sem somar absolutamente nada na vida, serve como assunto nas redes sociais ou em conversas com os amigos. Aí aquele que assiste o que realmente interessa, como o telejornal, programas educativos dos canais History e Discovery – pagos – são tachados de “burros” ou “nerds”. Mas no futuro, quem tem sucesso: o descolado ou o nerd?
                Infelizmente, o mundo não é perfeito, e temos que conquistar uma convivência sadia com todos, gostando dos programas que o próximo gosta ou não. Quer algo com qualidade? Assine os canais educativos. Sem grana? Assista apenas o telejornal, já que a novela saturou a todos. Não gosta de nada? Faça como a capa do álbum de 1988 do AC/DC: exploda o seu televisor.

NOTA OBTIDA: 10/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 04/04/2012

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Dissertação - Estudocracia

                Quanto maior o nível de formação, melhor será o salário, o estado de espírito e o sucesso de um indivíduo. Nem sempre. Bill Gates largou os estudos em Harvard, fundou a Microsoft com Steve Ballmer, e hoje é o segundo homem mais rico do mundo. Já Eike Batista é formado na Universidade Técnica de Aachen, na Alemanha. Fundou uma empresa aqui, capitalizou outra ali, e tornou-se o homem mais rico do Brasil. Muitas vezes, pode-se ficar desanimado ao ver que o estudo nem sempre é fundamental. Mas há alguma relação com uma carreira profissional bem sucedida?
                Depreende-se que sim. Em concursos públicos, por exemplo, técnicos administrativos, correspondentes ao nível médio, oferecem remunerações que, em alguns casos, equivalem a metade do salário de um analista, com curso superior. É o caso da Defensoria Pública do Estado, cujo certame apresentou, em seu edital, vencimentos de R$ 2400 e R$ 4200, respectivamente aos níveis médio e superior. Mas não é o sucesso financeiro que conta apenas. Há muito mais, como a capacidade de resolução de problemas, utilizando os conhecimentos, ou a tradução de um texto, se o indivíduo previamente terminou um cursinho de línguas.
                No entanto, pessoas desprezam o ensino.  Ou que dizem “tirar nota sete já está bom, mais que isso é frescura”. Não conseguem entender o fato de que estudar algo pode ser vantajoso no futuro. Geralmente, são aqueles que veem Mark Zuckerberg, que largou os estudos – e criou o Facebook – e pensam que “ah, se ele largou e tem sucesso hoje, é porque não vale a pena, e eu também posso ser assim”. São seres como este que várias empreiteiras gostam e contratam como pedreiros. Ou qualquer outro cargo subalterno. Ou então nem são contratados.
                O que precisa ser encarado é que o estudo é um mal necessário. E que o sucesso não depende de sorte, mas de oportunidades, e preparação. Durante o período estudantil, tanto na escola quanto na faculdade, todos sofrem mesmo que não aparentem, mas sofrem. Mas ao menos, têm na consciência de que, passando por dificuldade agora, no futuro, na carreira profissional, o sucesso é garantido. E o conhecimento jamais atrapalhou alguém, apenas somou. E isso é algo que ninguém irá lhe tirar. “Vá e vença, que por vencido, não o conheça”.

NOTA OBTIDA: 10/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 27/03/2013

Primeira reestilização

Fogo sem Fuzil de cara nova!

É a primeira reestilização desde o lançamento, ocorrido dia 18 de janeiro. Pode ser cedo demais para tal modificação, mas ao conversar com um amigo, sugeriu que fizesse um retoque ali, um fundo aqui...

E o resultado é este de agora.
Mesmo que não cause curiosidade, o helicóptero é um Bell UH-1D Iroquois, conhecido na Guerra do Vietnã como "Huey". 

A Força Aérea Brasileira usa um modelo semelhante, apelidado de "Sapão". 
O Batalhão de Operações Policiais Especiais - BOPE/RJ também usa a aeronave, o "Caveirão do Ar".

Comunicado

Olá,

venho por meio desta postagem comunicar que a página "Diários de bicicleta" ficará suspensa por tempo indeterminado. Sei que mal comecei este trabalho, mas por enquanto o foco será mantido nas publicações do Soldado Marques e nas da página principal

Atenciosamente,
Murilo

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Dissertação - Juventude perdida

                Na era das facilidades em termos de comunicação, do “ficar sem tempo” para tudo o que aparece ao nosso redor, das maravilhas presentes na vida de cada um, acabamos nos perdendo no meio de tudo isso. Onde deveria existir compreensão e troca de informações, brigas e cacetadas por todo canto. Festas tornaram-se sinônimo de “ostentação” e dominância do mais forte. Amizades não são como antes. O errado passou a ser certo, e muitas vezes aplaudido. Afinal, pode-se dizer que a juventude está perdida?
                É óbvio. Redes sociais servem para denegrir a imagem um do outro, mostrar-se o quão bom aquela pessoa é ou pode ser. Provavelmente você já escutou ou leu algo do tipo, mas as pessoas mudam atrás de um teclado. É muito fácil parecer sentimental o bastante para conquistar o coração de alguém, ou brutal para colocar quem não gosta no fundo do poço. Além disso, os amigos não costumam sair para ver uns aos outros; fazem grupos no WhatsApp, e lá se encontram sempre, desde que cada um tenha acesso à rede wireless.
                As amizades também se deterioraram nessa época. “Hoje, ser lixoso faz sucesso, é moda ser lixoso, o lixo está em evidência”, afirmou o vlogger Cauê Moura, em um de seus conhecidos vídeos-crítica. O indivíduo pode ser o mais errado possível, tratar as pessoas como seres descartáveis, não dar o valor adequado àquilo que tem, e ver mulheres como objeto de satisfação temporária. Ele acaba se traindo, mas por mais ignorante que seja a atitude, os amigos vão aplaudir, vão achar “massa”, “isso aí é da hora, feio”.
                Em suma, a juventude encontra-se parcialmente perdida. Sim, porque por mais erradas que sejam algumas das atitudes citadas, há exceções. Sempre tem aquele da turma que não é o “massa”, que sempre foi na dele. Ele pode ter passado por renúncias na vida dele, enfrentado situações difíceis. E no final, ele vai chegar bem. Acaba se tornando uma pessoa íntegra, de caráter inigualável e conhecimento. E as redes sociais precisam ser deixadas de lado um pouco, afinal, sempre existirão. “Há tanta vida lá fora, aqui dentro, sempre”.

REDAÇÃO NÃO AVALIADA

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Dissertação - O calibre do perigo

                A criminalidade sobe a cada dia no Brasil. Mas o que parece não acompanhar esse ritmo, é a idade dos marginais. Cada vez mais jovens, eles tiram a vida de inocentes a mando de outras pessoas, ou simplesmente pelo sádico e revoltante prazer de puxar um gatilho. E, quando a Polícia faz o nobre trabalho de prender um criminoso, descobre-se que é um menor de idade – e não pode ser preso, somente apreendido. Se adolescentes de 16 anos já podem escolher seus representantes no campo político, eles já possuem consciência de seus atos. Então, reduzindo a maioridade penal, punir será a solução?
                Não exatamente. De acordo com a Lei nº 8.069/1990, os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ou seja, não serão penalizados. Apenas serão encaminhados para a atual Fundação CASA, a antiga FEBEM. Lá, o infrator é “corrigido”, e retorna à sociedade. “O sistema carcerário brasileiro é extremamente caro, para tornar as pessoas piores". Essa frase é dita no filme Tropa de Elite 2, que, infelizmente, retrata o cenário do Brasil nesse campo. Então, reduzir a maioridade penal fará um efeito catastrófico, fazendo com que os criminosos aliciem até crianças.
                Claro que sim. “Bandido bom é bandido morto”, um dos mais conhecidos chavões quando o assunto é criminalidade. Não importa a idade, merece ser punido. Se um cara de 16 anos já pode escolher alguém para o governo, ele tem a capacidade de responder por um crime. Qualquer caso, seja um estupro num ônibus carioca ou assalto à mão armada, envolvendo menores, ganha outra conotação. Países desenvolvidos já possuem a maioridade penal reduzida. Um exemplo é os Estados Unidos, onde um garoto de 10 anos pode responder da mesma maneira que um assassino de 35 anos.
                Nem tudo é tão fácil quanto parece. Para tornar a redução da maioridade penal uma realidade, é preciso, primeiramente, o conhecimento de todos sobre tal fato. É claro que, por ser um assunto um pouco delicado, causará divisão de opiniões. Depois, longos processos e a burocracia farão com que tal projeto fique esquecido, e posteriormente arquivado. Então, por ser um tópico delicado, é necessário uma série de debates, e também cabe a cada um decidir o que fará a sociedade melhor, pensando na coletividade. “Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo, sem saber o calibre do perigo”.

NOTA OBTIDA: 9/10

Dissertação - Consequências bipolares

                Enquanto a mentira já correu o mundo, a verdade está apenas amarrando os sapatos. Essa frase pode ser a definição perfeita para a mentira, uma arte maligna que já acabou com relacionamentos amorosos e o bom senso de alguns políticos. Por outro lado, a verdade, algo que faz prevalecer a transparência em diversos âmbitos. No entanto, em certos casos, não há como falar a verdade, e muito menos mentir. Então, é uma questão de conveniência, dizer o que realmente ocorreu ou escapar um pouco?
                De vez em quando, é necessário passar óleo de peroba no rosto e ser um pouco cara-de-pau. Pode parecer um tanto agressivo se colocado dessa maneira, mas é um mal necessário. Se algum ente querido, principalmente de uma criança, acaba falecendo, não se pode simplesmente dizer que o tio Joca, que vendia balinha na esquina, morreu. Sempre se diz que “o titio está num lugar melhor agora, do lado do Papai do Céu, e que virou uma estrelinha”. A criança fica chateada, mas entende, sem chorar. Neste caso, a verdade está semioculta.
                Para os mais extremistas e sérios, mentir é praticamente um crime. E é sim, de acordo com o artigo 342 do Código Penal. Ocorre quando o indivíduo deixa de dizer a verdade quando sob juízo ou sob investigação policial. E também é raivoso quando sabe-se o que ocorreu, mas a pessoa insiste em mentir. Fato este que ocorre com frequência em CPIs e em algumas reportagens da Rede Globo, por Eduardo Faustini. Primeiro, com uma câmera escondida, a falcatrua acontece. Depois, com consentimento do entrevistado, há um “eu jamais disse e fiz isso”.
                Em suma, a mentira e a verdade têm hora e lugar. Na maioria das vezes, a verdade dói, mas faz prevalecer a construção de caráter e ética do cidadão, valores fundamentais da sociedade. Mentiras geralmente são acompanhadas de calafrios, pausas longas, suor e gagueira. Mas, curiosamente, de dois em dois anos, pessoas extremamente calmas e tranquilas aparecem com mil promessas e sorrisos amarelados. E falam um número e “vote em mim”. Se você é sincero, você é grosso, se mente, é mentiroso. Então? Ser grosso ou mentiroso? Questão de conveniência.

NOTA OBTIDA: 10/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 24/04/2013