Brasil
e a ilha caribenha dos irmãos Castro. Sempre houve uma relação entre os dois
países. De cara, a entrega de uma medalha a Ernesto Che Guevara, ato realizado
por Jânio Quadros em agosto de 1961. Os anos passaram, veio a Ditadura Militar,
a redemocratização e a escalada do PT ao poder. E, quando o partido chegou a
Brasília, Cuba parecia próxima. E isso continua até hoje. A ilha socialista
sempre foi referência quando o assunto é Medicina, afinal, a preparação dos
profissionais é excelente, sendo o governo cubano o principal “mecenas”,
enquanto que os médicos tupiniquins não correspondem bem ao ensino e ao
serviço. Então, cogitou-se uma ação, mas a importação de médicos é a solução
para o problema da saúde pública no Brasil?
Sim.
A escassez de profissionais no país pede tal medida. Por um espaço de tempo,
solucionará o problema, desde que os centros de ensino também correspondam.
Aliás, com a experiência que possuem, os cubanos cometerão menos erros, e
crê-se que não se preocuparão com o salário (partindo do princípio de que, numa
sociedade socialista, todos possuam o mesmo salário). São profissionais
competentes, que realmente amam o seu trabalho, não importa onde seja. Têm o
compromisso de servir e salvar vidas, além de cuidar da saúde humana. Pelo
menos, dessa maneira, o problema da saúde pública brasileira pode ser
anestesiado.
Não.
O Brasil tem a mania de compensar os problemas pensando sempre no imediatismo e
no curto prazo, mais perceptível para as eleições, obviamente. E outra, não
vivem pedindo para valorizar o país, porque é preciso ser patriota/nacionalista
para empurrar a pátria para frente? Então, por que diabos estão “pedindo arrego”
para os estrangeiros? Não somos bons o suficiente? Bom, crê-se que a resposta está
no início deste parágrafo. Não são todos, mas os médicos brasileiros atuam por
puro status ou interesse, ou também para a manutenção de nomes de famílias.
Esse é um dos motivos para a crise na saúde pública.
São
raras as histórias que possuem apenas um – e bem pontual – lado. Esta é um
exemplo de ambiguidade nos pontos de vista, pode ser tanto excelente quanto
ridícula. Infelizmente, pede para o lado bom. Mas por quê? Se o Brasil pudesse
formar médicos com mais amor à camisa, sem interesses e mais competência, e se
atingisse as metas propostas, e são dois grandes “se”, não seria necessário
chamar nossos amigos cubanos. Mas é preciso. Para toda situação, há uma válvula
de escape. E essa foi a encontrada. E sinceramente, antes isso do que nada.
Antes isso do que mais gente morrendo nas filas do SUS.
NOTA OBTIDA: 8/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 16/10/2013