Brigas,
discussões, degradação social. Choro, reencontro, famílias perdidas. Esses são
alguns dos temas abordados em alguns programas de televisão, cujo objetivo
seria de comover as pessoas (como o caso de programas do SBT e Record) , ou
somente preencher uma grade de programação e manter algo com (muita) audiência.
Nesta situação, poucos são os programas de televisão que contribuem para elevar
o nível intelectual dos telespectadores. Será que é esta a realidade? A saudosa
TV está tão ruim assim?
De
um ponto de vista, sim. A Rede Globo de Televisão, há mais de dez anos, colocou
no ar a primeira edição do reality show Big
Brother Brasil, que reunia pouco mais de doze participantes, que ficaram
confinados numa casa, a fim de simpatizar o público. Ao final, o vencedor
levava R$ 500 mil. O programa foi apresentado por Pedro Bial, conceituado
jornalista, responsável pelas transmissões da Queda do Muro de Berlim (1989), e
pela Dissolução da União Soviética, em 1991. Uma surpresa para todos, pois Bial
tinha uma imagem séria demais para um programa tão “descolado” como o BBB.
Hoje, o programa tornou-se sinônimo de brigas, discussões, baixaria e
degradação social. Além disso, Pedro Bial não “perde” mais seu tempo estudando
as razões para a fome na África, muito menos cobrindo grandes acontecimentos,
como a queda de Bin Laden; ele dedica o tempo para estudar a vida de cada um
dos “heróis” O verdadeiro herói é aquele que trabalha duro para sustentar a
família e dorme com medo de bala perdida, não um bando de bem-sucedidos em
busca de dinheiro, namoradas ou capa de revista masculina.
E
do outro ponto de vista, também sim. A emissora de Silvio Santos, o popular
SBT, coloca no ar programas cujos temas são as famílias perdidas, o choro, o
reencontro. Carlos Massa, conhecido como Ratinho, apresentador do programa que
leva seu nome, tem como objetivo explorar estas eventualidades já apresentadas,
além da ridicularização das pessoas que esperam seus 15 segundos (isso mesmo,
não minutos, porque tempo é dinheiro) de fama. Cristina Rocha apresenta um
programa que junta tudo isso, o Casos de Família. O programa mostra famílias
desmanteladas, brigas constantes entre irmãos, pessoas escandalosas (que fazem
de tudo – mesmo – para aparecer) e os “pobres desclassificados”, que têm o
simples objetivo de gritar, apontar dedos e falar rápido e cuspindo-se. O puro “colocar
lenha na fogueira”. Após toda a confusão, de repente, anos de discórdia e
rancor transformam-se em longos abraços e lágrimas, além de um sermão da
apresentadora. Uma pura palhaçada.
Uma
simples solução – além de eficiente – seria não assistir a esse lixo todo. No
entanto, como o brasileiro é alienado e fofoqueiro, coloca nesses canais para
ver esses programas, que, mesmo sem somar absolutamente nada na vida, serve
como assunto nas redes sociais ou em conversas com os amigos. Aí aquele que
assiste o que realmente interessa, como o telejornal, programas educativos dos
canais History e Discovery – pagos – são tachados de “burros” ou “nerds”. Mas
no futuro, quem tem sucesso: o descolado ou o nerd?
Infelizmente,
o mundo não é perfeito, e temos que conquistar uma convivência sadia com todos,
gostando dos programas que o próximo gosta ou não. Quer algo com qualidade?
Assine os canais educativos. Sem grana? Assista apenas o telejornal, já que a
novela saturou a todos. Não gosta de nada? Faça como a capa do álbum de 1988 do
AC/DC: exploda o seu televisor.
NOTA OBTIDA: 10/10
REDAÇÃO ORIGINALMENTE ESCRITA EM 04/04/2012
Essa é, infelizmente, a nossa realidade. Muito bom seu texto :)
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