O gênio
da filosofia Seu Madruga disse certa vez que “a vingança nunca é plena, mata a
alma e a envenena”. Uma das mais célebres frases, repetida diversas vezes por
fãs da série Chaves, e aplicado como norte na vida de algumas pessoas um pouco
mal resolvidas com seu passado. No entanto, esse sentimento pode ser algo ruim
que se torna bom, e até servir como uma espécie de redenção. Afinal, qual a
plenitude da vingança?
Suponhamos
que um estudioso gosta de certa pessoa, mas ela esnoba-o sempre. Os anos
passam, o indivíduo está estabelecido, bem de vida, e a outra não vive dias
bons. Este seria um caso de “viu, eu bem que podia te dar uma vida digna, um autêntico
mar de rosas, mas não”. Quase que um “vish, bem feito”. Este seria um exemplo
de redenção vingativa.
Mas
isto é realmente necessário? É preciso que as pessoas passem a vida com remorso
e rancor, para, em um dia distante, ver o outro, olhar pra trás e “jogar na
cara” que é melhor que o próximo, que se esforçou e atingiu certo patamar,
estando melhor que todos aqueles que riram ou zombaram no passado? Cria uma
falsa satisfação pessoal, uma espécie de prova de que venceu na vida. Só falta
confeccionar um cartaz para tal.
O
vingativo tem um espírito medíocre. Aquele que sempre guarda cada coisa, cada
momento, para usar contra o outro no futuro. Uma espécie de policial dos
cinemas, que efetua uma prisão, afirmando que “tudo o que disser será usado
contra você no Tribunal”. Há casos
específicos em que é tolerável uma comparação, mas em sentido estrito, e com
fins de avaliação de situações.
Vingança
é um prato que se come frio. E que gera uma tremenda indigestão depois. Não faz
sentido, essa espécie de satisfação pessoal não leva a nada. Apenas transforma
os seres em arrogantes e soberbos. O balanceamento de casos é de
responsabilidade de cada um, levando em conta todos os aspectos, dosando
racionalmente. Faleceu em 1988, mas deixou uma eterna lição a todos nós; Seu
Madruga nunca esteve tão certo.
REDAÇÃO NÃO AVALIADA
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